18 novembro 2011

Síndrome de Peter Pan: Videogame é Coisa de Criança?

Por Nerd Atual   Postado As  14:50   Games

Postado por: Marcelo Karka




Sou sempre o primeiro a levantar a bandeira dos videogames e a defender o valor ARTÍSTICO e INTELECTUAL que um jogo pode ter. Bater nessa tecla é algo cansativo e muitas vezes solitário - quem não convive com eles sempre acha que é entretenimento dispensável, inconsequente e muitas vezes responsável por adolescentes idiotas serem alienados. E eu lá dizendo, com muita paciência, que não é bem assim, que videogames são mais que isso, que esse discurso é preconceituoso e vem de gente que não sabe do que está falando: Mas será que estou falando a verdade?


O primeiro jogo que me fez questionar isso foi Devil May Cry 3, um dos grandes sucessos da Capcom. Logo no primeiro vídeo, o personagem Dante (protagonista) enfrenta uma horda de demônios enquanto come uma pizza. Ele coloca um rock pesado para tocar na vitrola de seu escritório (palco do primeiro capítulo), faz malabarismos absurdos e parte pra porrada surfando nos inimigos e jogando sinuca em pleno ar. Detalhe: COM UM PEDAÇO DE PIZZA NA BOCA (se isso não é infantil, então eu não sei o que é)! A partir daí comecei a pensar em cada herói-símbolo dos videogames. Com raríssimas exceções, todos eles são estereotipados (sejam homens, mulheres, demônios) e não mostram nenhuma evolução, nenhum amadurecimento durante o jogo todo. Muitos deles tem características questionáveis. Dante, por exemplo, é mimado, arrogante e infantil. Não só nesse terceiro jogo, em que ele é mais novo... Mas, ainda assim, pessoas se vestem como ele nas feiras de jogos.



Além disso, a maioria dos jogos enfatiza conceitos que não deveriam ser tão glorificados, como a violência, a vulgarização do sexo e assim por diante. O resultado disso tudo é: Jogadores imaturos. Quando um jogador olha para o jogo e vê-se reflectido num personagem desses, ele deixa de progredir na vida real. Muitos acabam desenvolvendo um medo de amadurecer e então recorrem aos jogos para não ver esse medo e assim não amadurecem. O conteúdo dos jogos é infantilizado, o que só reforça esse medo. Depois, os mais viciados em games resolvem trabalhar na área, e, como seu referencial é todo baseado em imaturidade, acabam produzindo jogos que infantilizam e assim por diante.

Mas, por outro lado: Quem falou que os jogadores querem amadurecer? Os jogos são entretenimento, e, assim como toda forma de entretenimento, podem ser alienantes, especialmente se o público assim deseja.
Mas há algo a considerar. Pablo Picasso dizia que: "a arte é uma mentira que mostra a verdade". Ou seja, a arte deveria, além de nos entreter, abrir nossos olhos. E a maioria dos games os fecha.

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