Mais uma vez o diretor Peter Jackson retorna às telas pra mostrar que realmente nasceu para retratar a Terra-Média por meio da sétima arte. O filme foi dirigido com o auxílio do grande Guilhermo Del Toro (Hellboy, Labirinto do Fauno, Círculo de Fogo) e Phillipa Boyens (Trilogia Senhor dos Anéis) e conta a segunda parte da trajetória dos eventos que se passaram muitos anos antes da narrativa de The Lord of The Rings e da missão de Frodo junta à Sociedade do Anel contra Sauron.
Embora a opinião do público na internet tenha me surpreendido em relação ao filme, com muitas pessoas se tornando haters inimagináveis e outras vestindo a camisa da narrativa da jornada do pequeno Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) e forçando uma barra desnecessária quanto a obra adaptada de J.R.R. Tolkien, o filme foi extremamente rico em detalhes e ao mesmo tempo um tanto quanto desnecessário em alguns pontos óbvios. A encheção de linguiça feita por meio de cenas desnecessárias como o flashback de Thorin Escudo-de-Carvalo (Richard Armitage) e Gandalf (Ian Mckellen) no inicio do filme, que não serviu pra nada além de dizer ao público o que todos já sabiam, e sem contar, é claro com a introdução de outros personagens totalmente dispensáveis para a trama., que deram a ideia de que o objetivo em foco do filme era uma monetização forçada da produção de mais filmes para maior lucro, o que, meu Deus, é obvio, né? - Eu não sei o que tem na cabeça desse povo da internet que os faz pensar que produtoras multimilionárias fariam filmes totalmente sem intenção de gerar lucro, simplesmente pra agradar o traseirinho macio deles. Mas enfim, quem sou eu para julgar, né? Ninguém, mas eu faço isso mesmo assim, simplesmente porque ninguém pode me impedir. Risos.
Uma das maiores reclamações do público foi a necessidade de adaptar a obra para três filmes, sendo que apenas dois seriam o suficiente pra dar conta, fazendo uma ligação direta com o caso da trilogia "O Senhor dos Anéis", que sendo muito mais rica e difícil, levou três filmes de três livros. Mas como Warner é Warner, reclamar não adiantaria muita coisa além de flood desnecessário em timelines que não estão pedindo por isso.
Deixando de lado os mimimis desnecessários, A Desolação de Smaug é um filme memorável. O que era pra ser um "conto de comédia romântica nacional", em termos de proporção, à Senhor dos Anéis, o filme foi muito bem construído explorando muito a curiosa mitologia dos confins da Terra-Média, tornando o filme mil vezes mais emocionante que o anterior, e com muito mais informações visuais e diálogos impactantes ao adicionar um tom mais obscuro e adulto, deixando de lado o bom humor e piadinhas entre os anões que aconteciam muito no primeiro. No filme, todos os personagens, de alguma forma, tendem a lidar com a ganância e desejos pessoais, até mesmo o pequeno Bilbo, que começa a sentir influências diretas do Anel do Poder que roubou de Gollum no primeiro filme.
O Bilbo de Desolação de Smaug demonstra grande crescimento de coragem e valor ao decorrer do filme, um grande avanço comparado à primeira fase em Jornada Inesperada. Isso se deve tanto ao fato de sua experiência ter aumentado, quanto a estar recendo influências gananciosas do anel e seu poder de corrupção, e até mesmo mostra como foi que a famosa espada de Frodo ganhou seu nome de "Ferroada".
O filme foi muito melhor talvez pelo fato de ter criado menos expectativas do que o primeiro, os fãs já foram ao cinema já sabendo o que iam encontrar, e não se arrependeram em nada. Esse fato é explicado cientificamente pelos cientistas da UFP (Universidade Fidelis de Pesquisa): Existe um fenômeno que eu gosto de chamar de "masturbação cinematográfica", onde os fãs ficam amando e se estimulando com cada uma das noticiazinhas que saem todos os dias, e por menores que elas sejam, na cabeça do fã é algo grande e crucial. Com esta estimulação, ou, no caso, masturbação para o filme, quando chega a famosa Hora H, não é nada daquilo que ele se preparou para ver, e faz com que ele ache uma bosta e até superestimado de primeira, mas logo muda bruscamente de ideia.
Durante o filme, várias coisas acontecem em segundo plano, é possível notar o crescimento dos exércitos aliados de Sauron e do inicio do retorno de forças malignas na Terra-Média como o personagem Necromante e a organização orc crescendo nas ruínas de Dol Guldur em segundo plano , algo de fato genial para se ligar com os acontecimentos futuros. Fora o pseudo-flerte do anão Kili (Aidan Turner) com a elfa Tauriel (Evangeline Lilly), personagem criada por Peter Jackson exclusivamente para o filme, deixando Legolas (Orlando Bloom) com um ciuminho engraçado de ver. Em outras palavras: AQUELE KILI CHAMANDO A TAURIEL NA XINXA NA CARA DURA, NEGO! QUE QUE FOI AQUILO?? AINDA PEDIU PRA ELA PEGAR NO PAU DELE.
Ainda há orcs como ameaça em potencial tanto quanto em Jornada Inesperada, porém dessa vez temos o principal inimigo na narrativa, o Dragão Smaug (Benedict Cumberbatch) , responsável pela futura fama e riqueza dos Bolseiros, e Peter Jackson não polpou emoção ao proporcionar o encontro entre ambos, criando a melhor cena da franquia cinematográfica até o momento levando ao confronto direto dos anões e contra o mesmo na Cidade do Lago. Como de costume, houveram muito mais elementos de computação gráfica do que manuais, e isso fez com que o dragão Smaug se tornasse uma criatura deveras admirável, fazendo valer a pena o final da Desolação.
Algo que me deixou um pouco com o pé atrás para escrever algo de fato negativo sobre os filmes até agora, foi o fato de Peter ter criado filmes muito dependentes uns dos outros, dificultando muito o entendimento do público mediano que não é necessariamente um fã assíduo da parada. De fato, nenhum pode ser levado de forma independente em nenhuma situação.
Ainda não há como comparar O Hobbit com Senhor dos Anéis, mas a franquia sabe muito pra onde está indo e dá pra matar a saudade dos orcs sendo massacrados e tal, mas ainda suspeito que a maioria dos fãs ou "tolkinetes" estejam amando o filme e forçando uma barra desnecessária simplesmente por estarem com saudades da Terra-Média, fazendo com que tirem conclusões extremamente precipitadas sobre tudo. Agora só nos resta aguardar para ver a melhor parte da trama, a Batalha das Cinco Exércitos, que ficou pra ultima fase da franquia.
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